Casa cheia!
Gosto muito de ter a casa cheia. Gosto de a ter cheia na verdadeira acepção da palavra, com muita gente, mas também gosto de ter poucas pessoas mas tão especiais que sinto que a casa está cheia, também!
Nós convidamos, eles aceitaram!
Adorei preparar tudo ao pormenor (apesar de nunca achar que está realmente perfeito), de comprar as melhores coisas, cozinhá-las com gosto, pôr a toalha laranja que combinava tão bem com os pratos às risquinhas de várias cores, retirar do armário os copos de pé alto (que o vinho que eles trouxeram bem mereceu), acender velas espalhadas pela sala...enfim, criar um ambiente acolhedor e tão nosso!
E depois do jantar, levá-los para a sala de estar, apresentar o cachimbo de água que eles ofereceram, e todos juntos fumarmos tabaco sentados na carpete, rodeados de almofadas gigantes. E entre baforadas de cereja e boa-disposição, apreciar esta amizade tão importante!
1ª piada de 2006
- Oh João, um destes dias assisti na televisão a um número fantástico do Circo de MonteCarlo. Era uma gaja que fazia diversas coisas, como tocar músicas em garrafas, etc, mas o mais impressionante era a rapidez com que ela mudava de roupa...
- Como assim?
- Oh pá, o "partner" punha-lhe um lençol preto à frente durante 2/3 segundos e ela aparecia com um vestido diferente e até com um penteado diferente!... E fez isto umas dez vezes, João. Ora tinha um vestido curto, ora aparecia com um comprido, depois com o cabelo curto loiro, depois ruiva e de cabelo comprido...Uma coisa mesmo fantástica! E isto em 2 ou 3 segundos...
(pausa)
- Se isso estivesse à venda, eu comprava-to.
E afinal ainda era Natal...
Este ano não estive com a família do João nem no dia, nem na véspera de Natal. Por isso combinámos que eu iria a Melres no dia 26.
Confesso que pensei que tudo iria estar já menos festivo, as pessoas cansadas e o almoço seria feito com o muito que teria sobrado dos dois dias de festa...
Enganei-me redondamente: o ambiente estava animadíssimo, para além do peculiar casal Pilão, estava também a avó Beatriz e, vindos de lá de baixo, o padrinho do João, a Paula e a Marta.
Houve nova troca de prendas, beijos e abraços, conversas, histórias de vinhos, convites, gargalhadas e boa disposição!
A casa estava mesmo bonita: toda enfeitada com decorações natalícias, desde as almofadas, aos autocolantes das janelas, bonecos espalhados, etc, etc. A lareira da cozinha estava acesa, dando aquele tom alaranjado ao ambiente; na sala, a salamadra devorava lenha sem medo! A mesa para o almoço estava posta e decorada com motivos natalícios e a mesa dos doces repleta de cores e sabores que faziam crescer água na boca...
À hora do almoço chegaram à mesa travessas enormes de barro com cabrito assado, arroz de forno, batatas assadas fumegantes e, ainda, cozido à portuguesa!!!
Eu, que sou uma adepta ferrenha da nossa cozinha tradicional, esqueci os exageros gastronómicos dos dias anteriores e deliciei-me com tão belas iguarias que comidas ali, no campo, numa mesa com bancos corridos, ao pé da salamandra (cujo topo serviu, até, para manter a comida quentinha) me soube ainda melhor. Estava tudo óptimo e toda a gente feliz...Afinal, ainda era Natal!